De Portugal para Jaú: conheça a história de Abílio Areia, fundador de uma das primeiras imobiliárias da cidade
De uma cidadezinha do norte de Portugal, chamada Esposende, para a capital do calçado feminino.
Abílio Laranjeira Areia, 78, chegou em terras Brasileiras com 13 anos de idade, fugindo da ditadura e da falta de escolhas da época em seu país.
“Nesse tempo não haviam muitas opções para os jovens, ou você ia para a lavoura ou entrava em um seminário para se tornar padre. Como parte da minha família já estava no Brasil, resolvi embarcar no navio para uma viagem sem volta. Eu queria vencer na vida, ganhar meu dinheiro e constituir uma família.”
Ao deixar a Europa, Abílio residiu em São Paulo, onde um tio o aguardava com um emprego no balcão de uma de suas padarias.
“A passagem de navio havia sido paga por ele, então, trabalhei de balconista para pagar a dívida da viagem.”
No inicio, nada foi fácil para o imigrante Português, com o pouco que ganhava, ele pagava a passagem e precisava se manter no novo país.
“Mesmo lembrando dos momentos difíceis, sinto saudades dessa época. Foi trabalhando duro, desde os meus 13 anos que amadureci, e hoje me orgulho do que construí ao longo da vida.”
Por que Jaú?
Aos 21 anos, seu Abílio, já havia trabalhado muito e conseguiu ter o seu próprio armarinho. Viajava o país inteiro, vendendo miudezas e bijuterias. Fundou sua primeira imobiliária em Praia Grande, em meados de 78. Alguns anos depois comprou uma propriedade rural em Bariri, onde foi morar com a mulher e a filha pequena. Mas ele ainda buscava por um negócio que fizesse sentido. Foi quando no ano de 1984, enxergou um forte potencial imobiliário na região de Jaú, se mudando para a cidade.
“Não foi eu que escolhi Jaú. Jaú foi quem me escolheu. A cidade me recebeu de braços abertos.”
Após se adaptar e trabalhar alguns anos na cidade como corretor de imóveis, em 88, seu Abílio e mais dois sócios decidiram investir na cidade e fundar a Imobiliária Jaú, uma das mais antigas da cidade, que atua há 32 anos com uma extensa cartela de clientes e sempre trazendo novos empreendimentos.
De pai para filhos
Uma das principais tarefas dos pais é instruir os filhos sobre o mercado de trabalho. Alguns acabam servindo até de modelo, afinal, bons exemplos precisam ser seguidos. E não é à toa que muitos filhos vão além e seguem as profissões dos pais. Esse é o caso do seu Abílio e dos seus dois filhos Alice e Gabriel.
Aos poucos a participação dos filhos no negócio foi crescendo e ciente de que eles poderiam assumir o negócio, o pai então passou, de uma geração para a outra, toda a sua experiência no mercado imobiliário.
“É fundamental essa fusão, nosso pai traz todo o conhecimento e nós agregamos na parte de inovação e modernidade.” Conta Alice.